Bar Hofbräuhaus

Titulado: Tramistas ∫ Administradores.

~ Bar Hofbräuhaus ~

A atração mais popular de Munique é o estabelecimento de bebidas mais conhecido da cidade, sem mencionar o mais celebrado em canções. Todos os dias, cerca de 10.000 litros de cerveja são servidos no bar, no restaurante, no salão de banquetes e no jardim da cerveja. E um lugar muito agradável de se apresar uma boa cerveja amanteigada.

Titulado: Escola de Hogwarts ∫ Corpo Docente Fixo.

O trem havia chegado alguns minutos antes do previsto e isso deu à moça que empurrava a porta do restaurante uma sensação de alívio; andar de trem era uma complicação, pois sempre acabava por enjoar um pouco durante a viagem. Varreu com os olhos cor de jaspe a extensão do recinto e optou sentar-se em um dos bancos que tangia a janela envidraçada, pondo-se a esperar o quanto estava desejosa em fazê-lo. O cabelo longo e acastanhado estava preso à altura dos ombros por uma presilha que cintilava como, como... prata derretida... melhor, com’um pedaço de uma estrela em extinção. Trajada com quatro camadas de roupa, seu sobretudo negro cobria-lhe até as coxas, onde daí, a calça corria-lhe as formas ligeiramente avantajadas até a bota Chanell de que tanto gostava.

Quem lhe fazia companhia era um daqueles copos grandes com caffè verona espumoso com crème e lait maltado que lhe recordavam os tempos de Paris; tempos que, aliás, haviam sido os melhores — e os piores — de sua vida. Reikjavik era linda, polar, mística, mas não substituía o conforto de sua casa. Entre um gole e outro, dedilhava uma caixinha vermelha e dela, sacava o único amigo que talvez houvesse encontrado em vida: Marlboro. “Tchick!” — fez o estranho equipamento que de sua ponta brotava fogo, incendiando a ponta do cigarro que agora habitava os lábios de Xavier. Avermelhados, vivos.

Algum tempo se passou até que pudesse perceber que o cigarro e o café haviam acabado e sua mente havia lhe levado a tantos lugares, que o relógio, ali, era apenas um objeto que servia para a alienação das pessoas. Ainda devia ter mais alguns minutos até o trem que a levaria às portas de sua nova empreitada chegasse. Num gesto teatralizado, levou o braço esquerdo à margem da mesa, enquanto a mão direita apoiava o queixo redondo. Em sua face ebúrnea e líquida, estava estampada a melhor expressão blasé que sabia fazer (e que, felizmente, era a mais comum).

Seu corpo ali estava, mas sua mente vagava pelos caminhos que ela mesma havia traçado.

Titulado: Escola de Hogwarts ∫ Corpo Docente Fixo.

A movimentação do restaurante aumentava à medida que os ponteiros corriam, alucinados. Apesar de estar aconchegante e confortável onde estava, vez ou outra uma lufada de ar gélido entrava pela porta e interrompia a fruição. Era frustrante. Durante esse tempo, Xavier ponderava sobre os motivos que a fizeram abrir mão dos confortos de Reikjavik por uma vida incerta na Escócia. Deixara uma dezena de amigos, um apartamento bem localizado e suas lembranças compartilhadas com a atmosfera daquela cidade. "Talvez lá eu seja mais feliz." — dizia a si, otimista. Infelizmente, aquilo saía de sua alçada e, como sempre fazia, guiar-se-ia pela voz que mais sã que possuia: a de seu coração.

As unhas impecavelmente tingidas de uma matiz de roxo, cintilavam como gemas de ametista encravada nos dedos delicados e que corriam para dentro de uma bolsa em que se lia as letras P R A D A em sua face externa. Uma cédula fora pinçada de dentro dela e agora jazia sobre a mesa polida do restaurante. Lembraria-se do nome; poucos eram os lugares onde seu paladar se sentia tão mais perto de Paris.

A jovem tomou fôlego e, erguendo-se enquanto cingia o sobretudo contra si, rumava a passos curtos em direção à porta que outrora era alvo de sua insatisfação. Do lado de fora, a noite caia devagarinho, com o Sol emanando seus últimos raios à oeste, banhando a cidade em uma última benção.

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