Como eu não poderia ainda ter notado a ilustríssima presença de Danielle Herrera no recinto? Como se fosse possível, meus olhos brilharam ainda mais e apertei efusivo sua mão.

- É óbvio que eu conheço a senhora. Diretora e enfermeira chefe do hospital, fez uma maravilhoso trabalho cuidando dos enfremos naquela batelha comensal. Será uma honra trabalhar e aprender com a senhora

Falava rápido, mas com dicção perfeitamente clara. Era típico de meu comportamento quando ficava deveras feliz e consequentemente agitado.

- O que eu posso fazer para ajudar?

Puxei um caderninho do bolso da frente do jaleco, a capa coberta com um papel colorido e uma marcação em letras vermelhas com o primeiro nome "BEN". Anotei em uma letra bem caprichada na primeira página, como se minha vida dependesse disso: Competência, lealdade.

- Tentarei não decepcionar a senhora. Lhe dou a minha palavra que farei o melhor e entrego-me completamente leal aos seus anos de experiência enquanto enfermeira.

Como sempre dramático e espansivo, faço a vida parecer uma peça de teatro.

- Claro, claro, claro - balançava tanto a cabeça que trazia preocupações a outros se ela não iria cair do seu pescoço e criar pernas por um segundo.

- Vou procurar o que fazer - bateu uma continência atrapalhada e adentrou nos confins do hospital. Depois de ter arrumado de 24 maneiras diferentes as camas vazias da sala de enfermos. Foi a sala dos enfermeiros descansar e mais tarde, no fim do seu turno, retornou em a casa, com o mesmo sorriso em que ali aterrisara antes.